sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Carta texto para o governador

​Há oito meses que o novo governo assumiu o GDF. Neste tempo, muito foi dito, pensado e discutido a respeito da Educação de Jovens e Adultos. Os debates, as conclusões, as promessas tem sido, sem dúvida, de grandes melhorias sabidamente necessárias para esse âmbito historicamente tão excluído da educação.
​No entanto, de nada adiantam palavras, se as ações simplesmente não acontecem. O convênio com o Programa Brasil Alfabetizado, por exemplo, até agora não foi restabelecido. Vale ressaltar que as normas vigentes para a inscrição de turmas e de interessados na rede oficial da Secretaria de Educação do DF inviabiliza a maior parte das matrículas. Isto porque que demanda turmas numerosas e mescla os idosos com os alunos de até 15 anos de idade “rechaçados” das turmas do período diurno. Assim, em muitas situações, em especial nas zonas rurais e pequenas comunidades, programas como o acima citado são a única maneira de dar oportunidade de estudos àqueles que não tiveram na idade apropriada (como referido na Lei 9394-96).
​Em fevereiro, as aulas das crianças foram retomadas. Inspirados pela sede de aprender que lhes foi negada na infância, muitos pais, tios, avós vinham perguntar: “e quando voltam as NOSSAS aulas?”. As autoridades respondiam que ainda não era possível retomar as aulas porque o convênio não tinha sido firmado ainda, mas que a previsão era pra abril. Quando chegou abril, alguns voltaram a perguntar, mas a resposta passou a ser para junho. Em junho, final de semestre para as crianças, a resposta para os poucos adultos que ainda procuravam passou a ser agosto. E agora que estamos em agosto? A resposta simplesmente é: “sem previsão”!
​Sinceramente, por mais bem intencionado que o poder público possa estar em relação à Educação de Jovens e Adultos no atual governo, só tem coragem de continuar pedindo para “Aguardar mais um pouco” quem está bem longe de ver apagar no olho de cada aluno a esperança de poder aprender algum dia. Estes alunos já esperaram demais. Esperaram uma vida inteira. Continuar pedindo para esperar é o mesmo que dizer: “Desista”.
 

Um comentário:

  1. Parabéns Carina!
    Belíssimo texto. Se cobrássemos mais das autoridades pelo tanto que prometem pela educação... teríamos uma realidade diferente.

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